segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sete da noite

Segunda-feira, sete da noite: fim de um dia cansativo. Início de uma noite talvez ainda mais cansativa (leitor, não se empolgue! Estou em semana de provas na faculdade).

Fui atravessar a rua, um carro preto com todos os vidros pretos me chamou a atenção. Parei diante dele e quase fui atropelada por um ônibus.

Fiquei parada no canteiro central, carros indo e vindo a toda velocidade. Parei embaixo de placas e de um semáforo, encostada em um poste de luz. E luzes e vento em volta de mim. Pessoas.

Por entre os carros, uma mulher atravessava a rua de vestido de festa azul. Buzinas, freadas. Brilhos e recortes no meio da rua. Mas os cabelos desgrenhados e os pés descalços revelavam: não estava indo para uma festa.

Na calçada, uma garotinha lambuzava seu rosto com uma espiga de milho besuntada de margarina e sal, comprada ali mesmo, em frente à estação de metrô.

Não muito longe, uma moça com pressa comia pães de queijo e bebia leite achocolatado em caixinha. Corria pela calçada, desviando de tudo e de todos que surgiam em seu caminho.

O semáforo abriu, cheguei à outra margem com segurança. E de repente tudo desapareceu.

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