sexta-feira, 28 de março de 2008

Surreal II

um pássaro viaja no crepúsculo, na abóbada cor de pêssego, em seu monólogo romântico e frívolo com o cônjuge monógamo... monótono.

coníferas preenchendo de triângulos a pictórica página do semicírculo míope pouco nítido.

nômades cefalópodes de células simétricas refugiam-se no mar gélido; o tráfego náutico incomoda-os.

um simpático bêbado, trôpego, encontra uma pérola em sua pálpebra... era uma lâmpada.

ao longe, o mitológico hipopótamo áspero e herbívoro sente-se ridículo comendo nêsperas e tâmaras no árido ártico há um século.

o decrépito filósofo mínimo perde-se em um símbolo cônico, joga-se a pensar, pálido e apático, apoiando-se em seu cúbito no minúsculo cubículo em que habita.

Álvaro, do tráfico de narcóticos, arrumou um cúmplice para seu péssimo hábito.


cúmulo de textículos sem lógica causam péssimas máculas nessa ótima página: síndrome alegórica (e alcoólica?) de proparoxítonas com oráculo léxico e dicionarístico.

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