terça-feira, 26 de abril de 2011

Café

Eu não gostava de café. O sabor não me agradava, o restinho de pó no fundo não me agradava.

Até o dia em que dormi em um treinamento e fui salva pelo café. Desde então, o café tornou-se meu companheiro da manhã, da tarde e também da noite.

O café me impede de dormir tranquilamente, mas é ele que me mantém acordada durante o dia. Pelo café meus olhos abrem-se e se fixam.

Antes, era assim diluído: metade café, metade água. E um monte de açúcar.

O tempo passou, eu mudei. Passei a tomar o café puro. Sem qualquer grão de açúcar para tentar disfarçar o gosto amargo. Percebi que o açúcar escondia o real sabor do café e ainda deixava um leve sabor acre quando finda a doçura.

O café puro parece amargo no início. Depois, ele se adoça suavemente, à medida que a boca passa a identificá-lo. Pouco a pouco, fica um doce amargo, ou um amargo doce.

O café ensinou-me que nem só de açúcar é feita a felicidade.

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