domingo, 29 de janeiro de 2006

O que houve?

Dias e dias depois...

Sem muitas notícias sobre mim. Apenas que perdi (temporariamente?) um dos poucos refúgios que eu ainda tinha. Perdi o cenário de parte da minha história, juntamente com sua trilha sonora.
Aquelas paredes impregnadas de imagens passadas, que me contavam sobre mim mesma, sobre minha alegria, sobre minha dor... amparavam meu choro em meio ao escuro, apoiavam-me quando eu bebia além da conta, dançavam comigo quando eu estava só, e me emprestavam suas costas quando eu estava acompanhada.

Todas as pessoas que eu lá encontrava. Muitos com quem nunca falei, mas estava acostumada a ver seus rostos sempre. Figurantes da minha história, protagonistas de suas próprias histórias.

E agora, a ausência me fará finalmente esquecer? A ausência da esperança, e das possibilidades de ter o passado de volta? Conseguirei agora me livrar do passado e prosseguir a minha vida normalmente? A ausência da esperança de algo impossíver irá me fazer bem?

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terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Um post qualquer

Vamos lá. Só para não deixar o pobre blog às moscas.

Ainda na mesmice dos posts anteriores. Apenas mais um dia "daqueles"!!
Até o prof. orientador da minha monografia resolveu cobrar me algo hoje. Também pudera, estou enrolando com isso há quase 9 meses! Mas tinha que ser justo hoje?

Bom, fora isso, muito trabalho, muito caminhar. Sempre para a frente.
Muito suor também, no dia mais quente do ano! ´: P

Quente lá fora, pois aqui dentro o gelo continua. E com ele a indiferença, a apatia.

Já passa da meia noite, um novo dia começa. A pilha de coisas a fazer se amontoa na minha escrivaninha. A lista de ano-novo continua crescendo. E cadê a coragem para pôr a mão na massa??? É, um novo dia começa.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Reclusão

Acho que hoje estou melhor. Após um final de semana inteiro trancada em casa sem contato com o mundo (exceto contato pelas vias tecnológicas), acho que estou melhor. Apática, mas não triste.
Talvez por ter dormido muito e assistido demais à televisão, não perdi muito do meu tempo pensando. Não pensei em nada útil, mas também não pensei naquilo que me mata o interior.

Hoje estou indiferente ao mundo, ao meu passado, às minhas dores. Mas isso não me faz alegre. Só indiferente.

Se eu morresse hoje, diria: "oh, morri!". Sem tristeza, sem euforia. Apenas aceitaria a morte como algo inevitável. Assim como neste momento estou aceitando como inevitável tudo o que me ocorre.

Não por conformismo. Apenas por desesperança, desilusão.

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Gelo

Novamente aquela dorzinha que incomoda, aquele sentimento de impotência diante do destino. O futuro, quem disse que é possível mudá-lo? Quem plantou essa semente de esperança e malogro na minha alma?

Em vão esperei por melhores dias. Tentei fazê-los belos, tentei me alegrar, e algumas vezes até consegui! Mas "vem de repente um anjo triste perto de mim"*. Quando eu mais estava eufórica, pensando no belo dia que viria amanhã, cai o peso do passado sobre minha cabeça, apenas para acordar-me de meu sonho.

E dói. A dor continua sempre e sempre, como se não quisesse ser esquecida. Maldita hora que eu prometi a ela que não a esqueceria jamais, maldita. Dizem que quanto mais pronunciamos uma palavra, mais ela perde de seu significado, mais banal ela se torna. Por isso digo tantas vezes maldito. Maldito, maldito, maldito. Porém esta parece não perder nunca seu significado de passado e tristeza.

Queria poder um dia cantar aquela música que diz: "heute klingt dein Name wie ein leeres Buch"** (hoje teu nome soa como um livro em branco). Mas ainda vejo em teu nome toda a nossa história. Em teu maldito nome soam todas as tuas palavras falsas, todas as minhas ilusões perdidas, e brilham todas as lágrimas que derramei por ti.

O futuro agora é turvo. Só resta o brilho das minhas lágrimas, e o brilho do gelo da minha alma. Só no Eterno Verão derreterá esse gelo.


* "Via Láctea", Legião Urbana
** "Dich zu töten fiel mir schwer", Lacrimosa

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Por Enquanto

Bom, já que não vou conseguir escrever nada hoje, vou deixar a letra de uma música que fala por mim:


Por Enquanto
Cássia Eller

I've got a feelling, a feelling deep inside, oh.. yeah, oh yeah
I've got a feelling, feelling that I can't hide, oh, no... oh,no

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber que pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Maldito Ano Passado

Quando eu começo a esquecê-lo, começo a olhar para os lados e ver que ainda há pessoas, quando começo a sonhar com novos dias e a fazer novos planos, eis que ele volta, em sonho, em pensamento, em desespero.

Ele quem? Ainda preciso dizer? Está bem, eu digo. Ele, o ano passado, o finado e sepultado ano passado.

Cá está ele me atormentando novamente. Pois eu não tinha dado um fim em você antes mesmo de você terminar? Volte para sua cova profunda e me deixe em paz de uma vez por todas!

E quem sofre é meu pobre coração, com todas as ilusões e esperanças do ano passado. Dói, e muito. Muito mais que eu um dia imaginei que poderia doer.

Ele parece saber que apesar de odiá-lo e não o querer mais próximo a mim, eu ainda o amo e desejo tê-lo novamente. Mas não só no sonho, eu o quero completamente, com todo seu corpo, todo seu sentimento, com todo o calor do ano passado.

Tudo o que eu sonhei para o futuro ficou no ano passado, tudo o que eu quis para a minha vida inteira começou e terminou nesse ano. Agora não posso mais sonhar? Se tenho novos sonhos, volta você e aparece neles atropelando tudo novamente?

Até quando isso? Até eu perder o que restou de minha sanidade e passar o resto de meus dias nos sonhos passados absurdos? Ou meus dias acabaram junto com o que eu tinha sonhado, e eu que insisto em não entrar na cova? Oh, será que o ano passado voltou para me buscar e me levar consigo para a cova???

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